A Política nas Enchentes do Rio Grande do Sul
As enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul abriram caminho para um fenômeno preocupante: alguns políticos estão usando essa tragédia como uma vitrine para ganhar destaque. Em meio ao caos, a linha entre ajudar de verdade e fazer um show para as câmeras fica cada vez mais tênue.
Este cenário criou o que podemos chamar de “youtuberização da desgraça”. Políticos aparecem em áreas alagadas, câmeras em punho, prontos para filmar suas ações heroicas. Mas uma vez que a câmera desliga, muitas vezes, o auxílio prometido desaparece junto. Isso transforma esforços genuínos de ajuda em simples palcos para autopromoção.

Os cidadãos, especialmente os mais jovens, estão começando a questionar essa dinâmica. Eles não querem apenas ver atos de caridade que aparecem e somem com a mesma velocidade das notificações em seus smartphones. Eles estão pedindo por envolvimento verdadeiro e soluções de longo prazo que vão além da próxima postagem viral.
Além de distorcer a percepção de quem realmente está ajudando, essa prática de transformar a tragédia em espetáculo traz uma consequência mais ampla para a política. Ela privilegia a imagem sobre a substância, colocando em destaque aqueles que sabem se promover melhor, mesmo que não sejam os mais eficazes em suas ações.

À medida que nos aproximamos das eleições de 2024, os eleitores estão se tornando mais céticos e exigentes. Eles querem transparência e resultados concretos, não apenas conteúdo para redes sociais. Este é o momento para os políticos mostrarem que são capazes de verdadeira liderança em tempos de crise, usando a tecnologia para promover soluções reais, não apenas para capturar momentos de teatralidade.